Comecei
a me interessar pelo tema feminismo em 2009 quando eu era estudante de um
cursinho pré-Enem, esse interesse surgiu em uma aula de filosofia, o professor
falava sobre violência contra a mulher e em um determinado momento mostrou um
depoimento de uma mulher que havia tido os braços mutilados pelo marido, aquilo
me chocou demais tanto que quando a aula acabou eu saí de lá pensando sobre
como aquilo pode ocorrer com uma mulher e que mais mulheres também pudessem
estar sofrendo violência doméstica.
A
partir daí comecei a pesquisar o assunto na internet, eu ia a Lan houses e
passava algumas horas lendo matérias e blogs sobre feminismo, naquela época
antes de ler sobre o assunto eu tinha o pensamento do senso comum que acha que
feminismo era achar que as mulheres eram superiores aos homens e que queriam
dominá-los (sim, é um pensamento totalmente equivocado, mas era o que eu
pensava antes de estudar o assunto).
Quando
eu entrei na universidade eu tive acesso a muitos livros e alguns deles eram
sobre feminismo. Nessa época eu comprei o livro “Breve história do feminismo no
Brasil” de autoria de Maria Telles, nele a autora retrata a condição que a
mulher era submetida, os movimentos de reivindicação de direitos desde o Brasil
colônia até os tempos atuais.
Um
dos tópicos do livro que eu destaco é a parte da violência contra mulher,
Telles retrata que a violência doméstica era tida como coisa íntima do casal e
que somente pessoas de baixa escolaridade a cometiam, porém essa visão começou a mudar com casos que chocaram a opinião pública e tiveram grande repercussão
na mídia na época por serem cometidos por pessoas de alta escolaridade e de
classe média, um dos casos citados é o de Ângela Diniz que foi assassinada pelo
seu namorado Doca Street, a defesa de Street alegava “crime passional” e
“legítima defesa da honra” e ainda desqualificava a honra da vítima. De acordo com Teles “as feministas cariocas tanto
batalharam que a Justiça condenou Doca Street, o que, sem dúvida, representou
um novo passo nessa luta contra a violência. O poder judiciário, graças à
pressão dos grupos de mulheres e à atuação de alguns advogados esclarecidos,
passou a dar novo tratamento à questão”.
A
partir dessa vitória a questão da violência contra a
mulher ganhou mais visibilidade, tanto que em 1985 foi criada em São Paulo a
primeira delegacia da defesa da mulher, que foi a primeira delegacia
especializada do país.
O
livro Breve história do feminismo como seu título já sugere faz uma revisão
histórica sobre a condição e a luta das mulheres por direitos civis e por
justiça. Eu aconselho que você leia o livro para saber como a história do
feminismo começou no Brasil, os ganhos que movimento trouxe para as mulheres e
também para se informar e refutar “argumentos” comuns nas redes sociais como o
“para que ter delegacia da mulher e não ter uma delegacia do homem?”. Nesse
caso você pode explicar para a pessoa a importância da delegacia da mulher ou
mesmo pedir para a pessoa ler esse livro e se informar melhor sobre o assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário