O
Instagram tem 1bilhão de usuários e por conta disso é possível encontrar os
mais variados tipos de conteúdo: música, fofocas, lojas, algumas famigeradas blogueiras,
psicologia, entre outros.
Nesse
mar de possibilidades sigo dois perfis de psicologia o Eurekka e a Psipamela em
comum eles têm a premissa de estabelecer uma ligação mais próxima com o público
e oferecer conteúdo que atendam às necessidades deles. Os seguidores de ambos
os perfis não estão interessados em discussões excessivamente acadêmicas sobre
psicologia e sim como o conhecimento pode ajudá-los a resolver problemas
enfrentados no dia a dia.
Eurekka
(@eurekka.me) é um Instagram criado por três amigos e psicólogos, os posts são
em uma linguagem acessível, amigável e voltado para as demandas trazidas pelos
seguidores.O perfil publica miniguias
com dicas e sugestões sobre assuntos pertinentes como ansiedade, procrastinação,
término de relacionamento entre outros.
Além
disso, eles respondem nos stories perguntas dos seguidores sobre os mais
variados e sempre estimulam a pessoa a refletir e tomar decisões por conta
própria em vez de dar uma resposta clichê.
O
outro perfil do Instagram é o da psicóloga Pâmela Magalhães (@psipamela) nele
ela faz postagens sobre as demandas mais comuns dos seguidores, em especial a de
relacionamentos amorosos.
A
linguagem que ela utiliza nas publicações por vezes me lembram crônicas e gosto
da forma que ela escreve, a @psipamela também responde perguntas nos stories e faz
lives periódicas sobre temas sugeridos pelo público.
Recomendo
o @eurekka.me e a @psipamela para você que quer seguir conteúdos informativos e
que possam te ajudar de alguma forma.
Banda
Amazonas foi uma banda de brega que fez bastante sucesso nos anos 2000 em Belém
do Pará, sua vocalista era a Michele Amador que saiu do grupo para a carreira
solo. A banda teve hits como: Se tu te
vais, Tic Tic Tac e Traficante. Essa última é um dueto entre Amador e
Nelsinho Rodrigues.
Há
alguns meses atrás ouvi novamente a música Traficante da Banda Amazonas e
fiquei com a impressão que nessa música há voz de cabeça feita pela Michele
Amador e falsete feito pelo Nelsinho Rodrigues. Conversei com algumas pessoas e
continuo achando que a minha impressão é verdadeira.
Michele Amador na época vocalista da banda
O
que é voz de cabeça?
Voz
de cabeça está dentro registros modais e dentro dele contém a voz de peito, voz
de cabeça, voz intermediária e a voz mista, essas são as regiões de ressonância
da voz, ou seja, é o lugar que amplifica a voz produzida pelas pregas vocais.
A
voz de cabeça é um registro utilizado para notas agudas e tem como
características um som leve, com menos volume e a sensação acústica percebida
pelo cantor no topo da cabeça. Esse som é o que pode ser observado a partir do minuto 1:58 até 2:02 na parte que Michele canta.
O
que é falsete?
De
acordo com o superprof: “do italiano
falsetto = "tom falso", o falsete é o registro vocal através do qual
o cantor emite – de modo controlado, portanto, não natural, ou seja,
"falso" – sons mais agudos ou mais graves que vão além dos da sua
faixa de frequência acústica natural (sua tessitura vocal)”.
Já
para oSongsteradmin
“No falsete, não temos o fechamento completo das pregas vocais, o que o torna na voz masculina audivelmente com um aspecto um pouco sussurrado, com “ar na
voz”. É esse som que podemos observar na voz do Nelsinho Rodrigues a partir do minuto 2:00 até 2:04
E você o que acha? há falsete e voz de cabeça nessa música?
Junho é o mês do ano mais esperado por mim por causa
das festas juninas e das comidas típicas do período. Infelizmente em 2020 não
haverá festas por causa da pandemia de Corona vírus que assola o Brasil.
Aqui em Belém do Pará todos os anos tocam sempre as
mesmas músicas durante o período junino, uma delas é a Crina Negra, composição
de Robertinho do Recife e que fez muito sucesso com a banda baiana Patrulha,
essa canção toca nas festas juninas belenenses desde 1992 e com certeza várias
gerações de crianças já dançaram quadrilha ao som dela. Além da letra marcante uma outra característica dessa canção são os riffs de guitarra tem uma parte que imitam o relinchar de um cavalo.
Capa do disco Orixás que tem a música Crina Negra
À primeira vista a Crina Negra fala sobre uma mulher
livre e corajosa que sai galopando por aí nua em cima de seu cavalo de pelagem preta,
quase como uma Lady Godiva do sertão.
Lady Godiva
Leco Maia, um dos vocalistas da banda em entrevista de 2019
para o repórter Lucas Gomes de O Liberal deu sua versão sobre o significado da
letra que segundo ele, fala sobre a força da mulher do sertão e suas conquistas
e ainda ressalta que: "Naquela época
(1992) ainda tinha muito preconceito. Então fala da mulher não só como a mãe da
família, mas com a força motriz de um homem, sem perder a ternura de ser
mulher, sem perder a capacidade de amar. Isso acompanhado de um ritmo
empolgante".
Leco Maia e Cátia Guima em 1992 e atualmente
O cantor relembra que a música fez um enorme sucesso no ano de 1992 “Na época tinha um
programa de rádio na Bahia chamado ‘A Quadrilha do Galinho’, onde tinham vinte quadrilhas que no
final se apresentavam para disputar o campeonato de quadrilha. Naquele ano, das
20, 14 quadrilhas se apresentaram com “Crina Negra”. Foi a música que alavancou
o sucesso da nossa banda e rendeu muitos frutos pra gente. Até hoje essa música
se torna imortal na belíssima voz de Cátia, para mim, se não a melhor, uma das
melhores cantoras que a Bahia já teve e tem, porque ela canta muito ainda”, afirmou Leco para o repórter de O Liberal.
A letra como foi mencionada anteriormente é de
Robertinho do Recife e na minha opinião não trata apenas de uma mulher forte e
independente como o Leco Maia, acho que tem muito duplo sentido na letra da música que não é
percebido por um ouvinte desatento que pode achar que crina negra é apenas um cavalo de pelagem preta.
Robertinho do Recife compositor de Crina Negra
Na minha interpretação o compositor descreveu de
maneira intencionalmente dúbia um coito a beira mar. Logo no começo da letra podemos ter a impressão de que crina negra é um cavalo, inclusive a palavra garanhão pode ser tanto o cavalo reprodutor quanto o homem que se relaciona com várias mulheres.
“Meu cavalo é forte
Faz
mil léguas sem cansar,
Na
batida do chicote, no galope a beira mar
Meu
cavalo alazão saio no clarão da lua,
Meu formoso garanhão,
cavalgando toda nua”
Nessa primeira estrofe Robertinho do Recife conseguiu deixar uma dúvida no ouvinte se o Crina Negra é um homem ou um cavalo. Porém no decorrer da letra podemos perceber que é um homem mesmo.
“Eu
sou cavaleira, sou mulher guerreira”
Nessa frase o
eu-lírico se autointitula de mulher corajosa, que sai por aí sem medos.
Depois de sabermos que o cavalo “Crina Negra” na
verdade é um homem o restante da letra fica explícito que se trata sexo a beira
mar como na estrofe abaixo.
“Em cima do
crina-negra, me dá uma tremedeira
Uma suadeira que me
faz arrepiar,
Uma louca gemedeira
Ui, ui, ui, ai, ai,
ai”
Nessa parte aqui fica explícito o real sentido da letra e o duplo sentido termina. O compositor conseguiu falar de sexo de uma maneira a primeira vista implícita para um ouvinte menos atento. Tanto que há pessoas que até hoje acham que a canção é uma forma de enaltecimento da coragem feminina como o próprio Leco Maia afirmou.
Crina Negra continua sendo um dos clássicos
das festas juninas de Belém do Pará, ouça a música no vídeo abaixo