segunda-feira, 13 de março de 2017

Livro: Como conquistar as pessoas – Allan Pease & Barbara Pease

Este livro fez parte da minha vida em dois momentos distintos, na adolescência e na vida adulta. Na primeira vez que eu o li não fez muito sentido para mim pois eu estava ocupada com outras questões. Quando li esse livro novamente, desta vez na fase adulta e aí sim ele me foi útil.
Encontrei esse livro por acaso em uma loja, logo lembrei que havia lido esse livro há muito tempo atrás decidi comprá-lo.

O livro Como conquistar as pessoas traz dicas sobre como conversar com alguém, como manter os outros interessados no que você diz, como criar empatia com as pessoas ou seja são temas cotidianos que fazem parte de qualquer interação interpessoal e que são úteis para qualquer pessoa, principalmente no mundo do trabalho.
Logo no começo do livro é mostrado os três princípios da natureza humana que são: sentir-se importante, ser reconhecido, ser valorizado. Desse modo nas interações com as outras pessoas devem-se respeitar esses princípios.

De acordo com Allan Pease e Barbara Pease “as pessoas estão interessadas nelas mesmas do que em você. Portanto, seu maior objetivo numa conversa é falar sobre elas. Para agradá-las, você pode falar sobre, por exemplo:
A família delas
Os amigos delas
As necessidades delas
As opiniões delas
E nunca sobre você e suas coisas a menos que lhe perguntem a respeito”

Para algumas pessoas as dicas acima são coisas óbvias, porém para alguém que tenha alguma dificuldade no relacionamento com as pessoas ou que precise melhorar os relacionamentos em geral essas dicas podem servir bastante.

Outra coisa que destaco é na parte sobre como manter os outros interessados no que você diz, lá tem mais uma dica dos autores “fale com as pessoas apenas sobre assuntos do interesse delas, e não sobre o que interessa você. As pessoas em geral se importam somente com o que elas querem, com que lhes interessa” quem nunca passou por uma situação onde uma pessoa só fala sobre si própria e não demonstra nenhum interesse pelo outro e isso acaba virando um monólogo muito chato.

O livro Como conquistar as pessoas é uma autoajuda útil porque oferece dicas práticas paras que as pessoas sejam bem-sucedidas nas relações interpessoais e sabendo como usar essas orientações os relacionamentos em geral podem melhorar bastante.


Como conquistar as pessoas / Allan Pease & Barbara Pease [tradução de Márcia Oliveira]- Rio de Janeiro: Sextante, 2009. Tradução de Easy Peasey: people skills for life.


segunda-feira, 6 de março de 2017

Livro: A Sujeição das Mulheres - Stuart Mill

Eu sempre ouvi falar desse livro, mas não havia tido acesso a ele, eu só fui encontrá-lo em um stand na Feira Pan-Amazônica do Livro e ele estava no meio de livros de culinária, esoterismo e do Justin Bieber, não sei qual foi o critério escolhido para a organização desses livros no stand, porém foi no meio daquela aparente bagunça que encontrei o livro que eu queria ler há tempos.

O livro A sujeição das mulheres é de autoria de Stuart Mill e foi publicado em 1869, o livro representa as ideias de seu autor em favor da igualdade de direitos civis para as mulheres.
Na época em que o livro foi escrito as mulheres não possuíam os mesmos direitos que os homens pois eram consideradas inferiores a eles.
A mulher não tinha direito nem de escolher com que iria casar pois o casamento era um acordo firmado entre o pai da noiva e o noivo, ou seja ela passava da tutela do pai para a tutela do marido que tinha plenos poderes sobre ela.

Em um trecho do livro o autor menciona que as mulheres inglesas não tinham direitos legais sobre seus próprios filhos nem mesmo após a morte do marido elas não eram consideradas guardiãs legais dos filhos, exceto se ele por vontade própria tivesse deixado tal tarefa a cargo dela.
Stuart Mill analisa as leis da época que colocava a mulher sob o domínio legal masculino e faz uma comparação que essa condição era análoga a da escravidão. Ele defende que haja uma reforma na legislação do casamento. Pois para ele o matrimônio deve ser feito de uma forma que garanta direito iguais a ambas as partes.

Na época era difundida a crença de que as mulheres eram inaptas para exercer quaisquer funções ou ocupações, e é mostrado no livro que uma das crenças era de que as mentes das mulheres eram por natureza mais instáveis do que as dos homens e menos capazes de persistir por um longo período no mesmo esforço contínuo. Mill refuta esses preconceitos e afirma “ as noções formadas sobre a natureza feminina são tão ridículas, meras generalizações empíricas”.

Em uma outra parte do livro o autor refuta um conceito que era comum na época que muitos indagavam o porquê de nenhuma mulher ter feito uma grande descoberta nas ciências e que isso era um atestado da incapacidade delas. Mill então explica os motivos porque as mulheres não estudavam ciências: “independente de todas as obrigações regulares da vida que estão sob a responsabilidade da mulher espera-se que ela tenha sempre tenha tempo e aptidão à disposição de todos [....]Ela sempre deve estar à disposição de alguém, geralmente de todos. Se ela tem uma preocupação ou uma função, ela deve separar um curto intervalo que possa acidentalmente ocorrer para ser utilizado por eles. Seria, então, de se admirar que ela não consiga atingir a mais alta excelência nas coisas que requerem atenção contínua e concentração nos principais interesses da vida? Assim é a filosofia e, acima de tudo, a arte” com isso Mill explica que as mulheres não se dedicam as ciências ou as artes por falta de tempo e não por incapacidade intelectual.

No decorrer do livro Stuart Mill advoga a favor da igualdade de direitos para as mulheres, defende o direito a voto para elas e ainda defende a igualdade para as mulheres em todas as funções e ocupações. Embora no livro o autor não diga ser feminista se pode ver claramente na obra ideais feministas que já eram pauta de movimentos pelos direitos das mulheres e que continuariam sendo pauta desses movimentos nos anos seguintes.
O livro A Sujeição das Mulheres foi escrito no século 19 e a sua leitura ainda é necessária para perceber como era a vida das mulheres do século 19 na Inglaterra e quanto a questão da reivindicação de direitos pelas mulheres evoluiu muito no decorrer dos anos. Esse livro é importante também para quem está começando a se interessar pelo tema feminismo pois ilustra muito bem como era a condição de vida delas e os preconceitos que elas sofriam só por serem mulheres.


sábado, 4 de março de 2017

Livro: Breve história do feminismo no Brasil

Comecei a me interessar pelo tema feminismo em 2009 quando eu era estudante de um cursinho pré-Enem, esse interesse surgiu em uma aula de filosofia, o professor falava sobre violência contra a mulher e em um determinado momento mostrou um depoimento de uma mulher que havia tido os braços mutilados pelo marido, aquilo me chocou demais tanto que quando a aula acabou eu saí de lá pensando sobre como aquilo pode ocorrer com uma mulher e que mais mulheres também pudessem estar sofrendo violência doméstica.

A partir daí comecei a pesquisar o assunto na internet, eu ia a Lan houses e passava algumas horas lendo matérias e blogs sobre feminismo, naquela época antes de ler sobre o assunto eu tinha o pensamento do senso comum que acha que feminismo era achar que as mulheres eram superiores aos homens e que queriam dominá-los (sim, é um pensamento totalmente equivocado, mas era o que eu pensava antes de estudar o assunto).
Quando eu entrei na universidade eu tive acesso a muitos livros e alguns deles eram sobre feminismo. Nessa época eu comprei o livro “Breve história do feminismo no Brasil” de autoria de Maria Telles, nele a autora retrata a condição que a mulher era submetida, os movimentos de reivindicação de direitos desde o Brasil colônia até os tempos atuais.
Um dos tópicos do livro que eu destaco é a parte da violência contra mulher, Telles retrata que a violência doméstica era tida como coisa íntima do casal e que somente pessoas de baixa escolaridade a cometiam, porém essa visão começou a mudar com casos que chocaram a opinião pública e tiveram grande repercussão na mídia na época por serem cometidos por pessoas de alta escolaridade e de classe média, um dos casos citados é o de Ângela Diniz que foi assassinada pelo seu namorado Doca Street, a defesa de Street alegava “crime passional” e “legítima defesa da honra” e ainda desqualificava a honra da vítima. De acordo com Teles “as feministas cariocas tanto batalharam que a Justiça condenou Doca Street, o que, sem dúvida, representou um novo passo nessa luta contra a violência. O poder judiciário, graças à pressão dos grupos de mulheres e à atuação de alguns advogados esclarecidos, passou a dar novo tratamento à questão”.
A partir dessa vitória  a questão da violência contra a mulher ganhou mais visibilidade, tanto que em 1985 foi criada em São Paulo a primeira delegacia da defesa da mulher, que foi a primeira delegacia especializada do país.

O livro Breve história do feminismo como seu título já sugere faz uma revisão histórica sobre a condição e a luta das mulheres por direitos civis e por justiça. Eu aconselho que você leia o livro para saber como a história do feminismo começou no Brasil, os ganhos que movimento trouxe para as mulheres e também para se informar e refutar “argumentos” comuns nas redes sociais como o “para que ter delegacia da mulher e não ter uma delegacia do homem?”. Nesse caso você pode explicar para a pessoa a importância da delegacia da mulher ou mesmo pedir para a pessoa ler esse livro e se informar melhor sobre o assunto.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Livro : Psicologia das multidões - Gustave Le Bon

Quando eu estudava na universidade eu era uma assídua frequentadora da biblioteca central, eu ia para lá ler livros que não tinham relação direta com o meu curso, em sua maioria os temas dos livros que eu costumava ler eram Psicologia Social, Filosofia e Sociologia.

Foi na biblioteca da universidade que eu descobri autores como Zygmunt Bauman, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, entre tantos outros. Em uma das minhas visitas à biblioteca eu vi o livro Psicologia das Multidões do autor Gustave Le Bon e o peguei emprestado.  Le Bon fala  em seu livro fala que as características das multidões são a impulsividade, a irritabilidade, a incapacidade raciocinar, a ausência de espírito crítico, anonimato e impunidade, Segundo ele as pessoas que fazem parte de uma multidão assumem uma  “alma coletiva”.




Segundo o livro uma pessoa que esteja sozinha tem consciência de que não pode incendiar casa ou saquear uma loja, porém, quando ela faz parte de uma multidão se deixar sugestionar por ela o que a faz perder a individualidade naquele momento, e diante da primeira sugestão se saques ou linchamentos, cederá imediatamente.

No mês passado uma matéria do UOL me chamou atenção, ela falava sobre a onda de saques a lojas no estado do Espírito Santo e no decorrer da minha leitura da reportagem identifiquei vários conceitos abordados no livro de Le Bon mas sem mencionar o livro onde essas ideias foram desenvolvidas, um exemplo são os seguintes trechos: “ a condição de anonimato é essencial para que esse comportamento de massa aconteça. Se eu for sozinho, eu vou ser identificado. Se eu sou anônimo, se estou espalhado na multidão, me sinto imune" [...] “A lógica é que já que o fato está acontecendo, a pessoa vai lá levar a parte dela sem se responsabilizar. É o que acontece com quem participa de um linchamento”.

Psicologia das multidões é um livro que foi publicado pela primeira vez em 1894 e que até hoje continua atual e ajuda a compreender as relações humanas em uma multidão e ajuda explicar atos como saques, linchamentos, brigas de torcedores de times de futebol entre outros acontecimentos.


Caso você queira ler a matéria do UOL que inspirou esse post este é o link: 
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/02/10/por-que-cidadaos-saqueiam-lojas-quando-nao-tem-pm-nas-ruas.htm
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