sábado, 11 de agosto de 2018

Sammliz encerra o ciclo do disco Mamba

Em agosto de 2016 Sammliz lançou Mamba seu primeiro disco solo, esse álbum era muito aguardado por mim pois queria saber como seria a sonoridade do disco, se ela iria continuar com o rock pesado da sua antiga banda a Madame Saatan ou se iria fazer um som bem diferente do seu antigo grupo. Mamba me surpreendeu por ter uma sonoridade distinta do que a Sammliz vinha fazendo até então. Me chamou a atenção o conceito que a Sammliz decidiu colocar no disco que é o feminino e suas nuances coisa que não era possível na Madame Saatan, aliás tem apenas uma música assim na discografia da banda que é a Messalina Blues.


As letras do Mamba são contadas a partir de vários eu-líricos feminino cada música tem história diferentes, temos a mulher que fracassou no relacionamento, a obsessiva, a que superou problemas, a divindade africana, a deusa romana entre outras que muitas pessoas poderão se identificar com alguma delas.  Eu ouvia o disco e analisava as letras, algumas analises publiquei aqui no blog.


Eu cheguei a conversar com o Magno algumas vezes sobre esse disco, a gente trocava impressões e a respeito do álbum.  Nessa época eu não pensava ter um blog mas eis que outubro de 2016 ele se foi e em dezembro do mesmo ano decidi criar o blog Glorious Weirdo como uma forma de me ajudar a lidar com o luto. A primeira publicação do blog foi sobre “Sammliz se reiventa musicalmente ao lançar seu disco Mamba’’. 

Em abril de 2017 enviei a resenha para a própria cantora que gostou e publicou na sua página do Facebook, o resultado  foi um grande sucesso e até hoje essa resenha é a mais lida do blog Glorious Weirdo.


A minha música favorita continua sendo Fucking Lovers, ela é rica em imagens como “as sete saias girando”, “ morte da estrela nos olhos dela” e a grande sacada de colocar a frase “por dentro há nós morrendo em quantos” essa é uma sintaxe que não existe em língua portuguesa mas que foi utilizada em prol da mensagem da música e eu acredito que por causa da métrica também. Se a gente for colocar a frase na sintaxe usual teremos “por dentro (de) nós há quantos morrendo” porém não temos o mesmo efeito poético da frase usada pela artista nessa canção.
Continuo achando que essa faixa iria render um excelente videoclipe pois é a melhor faixa do disco na minha opinião.


Outro ponto que também foi abordado no disco foi uma influência de elementos afro-brasileiros, como em Oya onde Sammliz dá voz a própria divindade como personagem central da música e em outras faixas do disco é comum a menção a raios, trovões, tempestades que são elementos da natureza relacionados com o orixá Oya.


Uma coisa que eu não entendi até agora foi porque a faixa “Ano novo” é a faixa número 9 e não a última faixa do disco pois eu acho que ficaria melhor assim, já que a faixa fala de encerramentos de ciclos. Essa escolha talvez só a própria Sammliz possa me responder pois não acredito que essa música tenha sido colocada aleatoriamente.
Nada é por acaso nesse disco tudo foi bem elaborado e faz parte do conceito de explorar o feminino e suas vertentes. Tudo tem um significado, o nome do disco, a foto de capa, o adereço de cabeça que ela usou na foto, as cores escolhidas para a foto, os nomes das canções, as letras... tudo é rico de referências.



Eis que em agosto de 2018 a Sammliz anunciou o fim do ciclo Mamba e agora se dedicará a compor e produzir novas canções, assim como a serpente africana ela "trocará de pele'' e no próximo ano lançará um novo disco, ainda não sei qual será o conceito artístico desse novo trabalho, o que eu sei é que ela tem a capacidade de reinventar e surpreender a todos.

Se você quer saber mais sobre o Mamba leia aqui no blog a resenha e as análises de letras de músicas desse disco.

sábado, 4 de agosto de 2018

Estranhos conhecidos

Fomos embora e agora somos meros estranhos, uns estranhos conhecidos, mas sobretudo estranhos agora.

Eu mudei e você mudou também, não somos as mesmas pessoas de outrora

Eis que surge uma ligação inesperada derivada de um mal-entendido que não foi entendido até agora, atendo o telefone e converso com o meu interlocutor com se ele fosse uma pessoa comum, quem ouvisse a conversa nem diria que esses dois tinham sido um casal num passado nem tão distante assim, tamanho o estranhamento causado após ouvir a voz um do outro.

Eu te chamo de “cara” durante a ligação e me dou conta que a vida mudou tão rápido ao ponto de agora tu seres somente um “cara” na minha vida. Pergunto como você está, só por pura cordialidade mesmo e você me responde educadamente apenas para “cumprir tabela” como se diz no jargão do futebol. A gente desliga o telefone e seguro para não chorar.