sexta-feira, 3 de março de 2017

Livro : Psicologia das multidões - Gustave Le Bon

Quando eu estudava na universidade eu era uma assídua frequentadora da biblioteca central, eu ia para lá ler livros que não tinham relação direta com o meu curso, em sua maioria os temas dos livros que eu costumava ler eram Psicologia Social, Filosofia e Sociologia.

Foi na biblioteca da universidade que eu descobri autores como Zygmunt Bauman, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, entre tantos outros. Em uma das minhas visitas à biblioteca eu vi o livro Psicologia das Multidões do autor Gustave Le Bon e o peguei emprestado.  Le Bon fala  em seu livro fala que as características das multidões são a impulsividade, a irritabilidade, a incapacidade raciocinar, a ausência de espírito crítico, anonimato e impunidade, Segundo ele as pessoas que fazem parte de uma multidão assumem uma  “alma coletiva”.




Segundo o livro uma pessoa que esteja sozinha tem consciência de que não pode incendiar casa ou saquear uma loja, porém, quando ela faz parte de uma multidão se deixar sugestionar por ela o que a faz perder a individualidade naquele momento, e diante da primeira sugestão se saques ou linchamentos, cederá imediatamente.

No mês passado uma matéria do UOL me chamou atenção, ela falava sobre a onda de saques a lojas no estado do Espírito Santo e no decorrer da minha leitura da reportagem identifiquei vários conceitos abordados no livro de Le Bon mas sem mencionar o livro onde essas ideias foram desenvolvidas, um exemplo são os seguintes trechos: “ a condição de anonimato é essencial para que esse comportamento de massa aconteça. Se eu for sozinho, eu vou ser identificado. Se eu sou anônimo, se estou espalhado na multidão, me sinto imune" [...] “A lógica é que já que o fato está acontecendo, a pessoa vai lá levar a parte dela sem se responsabilizar. É o que acontece com quem participa de um linchamento”.

Psicologia das multidões é um livro que foi publicado pela primeira vez em 1894 e que até hoje continua atual e ajuda a compreender as relações humanas em uma multidão e ajuda explicar atos como saques, linchamentos, brigas de torcedores de times de futebol entre outros acontecimentos.


Caso você queira ler a matéria do UOL que inspirou esse post este é o link: 
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/02/10/por-que-cidadaos-saqueiam-lojas-quando-nao-tem-pm-nas-ruas.htm
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5 comentários:

  1. O mais curioso disso é que apesar de sabermos como funciona, não sabemos como mudar esse comportamento. Parece que estamos o tempo todo domando o animal interior.

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  2. E sobre esse tipo de comportamento no mundo virtual, o anonimato é evidenciado pelos "haters", que se unem pra enviar msgs de ódios.

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  3. Le Bon acaba se tornando contemporâneo quando nos leva a pensar sobre o poder que a multidão desempenhou/desempenha na sociedade. O homem pode até ser comportar como célula, mas as ações mais fortes veem no coletivo (organismo colônia). Atos muitas fezes pensados no individual, mas que só vai a frente com o apoio meio que inconsciente da multidão. Conheci Le Bon por uma outra paixão, ele foi um físico amador trouxera contribuições para a física experimental.

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    1. É isso mesmo, as ideias de Le Bon continuam sendo muito atuais, recentemente houve a greve das polícias no estado do RN e o que se viu foi o caos generalizado e novamente o Livro Psicologia das Multidões foi usado por especialistas para explicar o que ocorreu naquele estado.

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  4. Le Bon acaba se tornando contemporâneo quando nos leva a pensar sobre o poder que a multidão desempenhou/desempenha na sociedade. O homem pode até ser comportar como célula, mas as ações mais fortes veem no coletivo (organismo colônia). Atos muitas fezes pensados no individual, mas que só vai a frente com o apoio meio que inconsciente da multidão. Conheci Le Bon por uma outra paixão, ele foi um físico amador trouxera contribuições para a física experimental.

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