Quando eu estudava na universidade eu era
uma assídua frequentadora da biblioteca central, eu ia para lá ler livros que
não tinham relação direta com o meu curso, em sua maioria os temas dos livros
que eu costumava ler eram Psicologia Social, Filosofia e Sociologia.
Foi na biblioteca da universidade que eu
descobri autores como Zygmunt Bauman, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, entre
tantos outros. Em uma das minhas visitas à biblioteca eu vi o livro Psicologia
das Multidões do autor Gustave Le Bon e o peguei emprestado. Le Bon
fala em seu livro fala que as características das multidões são a
impulsividade, a
irritabilidade, a incapacidade raciocinar, a ausência de espírito crítico,
anonimato e impunidade, Segundo ele as pessoas que fazem parte de uma multidão
assumem uma “alma coletiva”.
Segundo o livro uma pessoa que esteja
sozinha tem consciência de que não pode incendiar casa ou saquear uma loja,
porém, quando ela faz parte de uma multidão se deixar sugestionar por ela o que
a faz perder a individualidade naquele momento, e diante da primeira sugestão
se saques ou linchamentos, cederá imediatamente.
No mês
passado uma
matéria do UOL me chamou atenção, ela falava sobre a onda de saques a lojas no
estado do Espírito Santo e no decorrer da minha leitura da reportagem
identifiquei vários conceitos abordados no livro de Le Bon mas sem mencionar o
livro onde essas ideias foram desenvolvidas, um exemplo são os seguintes
trechos: “ a condição de anonimato é essencial para que esse comportamento
de massa aconteça. Se eu for sozinho, eu vou ser identificado. Se eu sou
anônimo, se estou espalhado na multidão, me sinto imune" [...] “A lógica é
que já que o fato está acontecendo, a pessoa vai lá levar a parte dela sem se
responsabilizar. É o que acontece com quem participa de um linchamento”.
Psicologia
das multidões é um livro que foi publicado pela primeira vez em 1894 e que até
hoje continua atual e ajuda a compreender as relações humanas em uma multidão e
ajuda explicar atos como saques, linchamentos, brigas de torcedores de times de
futebol entre outros acontecimentos.
Caso você queira ler a
matéria do UOL que inspirou esse post este é o link:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/02/10/por-que-cidadaos-saqueiam-lojas-quando-nao-tem-pm-nas-ruas.htm
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https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/02/10/por-que-cidadaos-saqueiam-lojas-quando-nao-tem-pm-nas-ruas.htm
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O mais curioso disso é que apesar de sabermos como funciona, não sabemos como mudar esse comportamento. Parece que estamos o tempo todo domando o animal interior.
ResponderExcluirE sobre esse tipo de comportamento no mundo virtual, o anonimato é evidenciado pelos "haters", que se unem pra enviar msgs de ódios.
ResponderExcluirLe Bon acaba se tornando contemporâneo quando nos leva a pensar sobre o poder que a multidão desempenhou/desempenha na sociedade. O homem pode até ser comportar como célula, mas as ações mais fortes veem no coletivo (organismo colônia). Atos muitas fezes pensados no individual, mas que só vai a frente com o apoio meio que inconsciente da multidão. Conheci Le Bon por uma outra paixão, ele foi um físico amador trouxera contribuições para a física experimental.
ResponderExcluirÉ isso mesmo, as ideias de Le Bon continuam sendo muito atuais, recentemente houve a greve das polícias no estado do RN e o que se viu foi o caos generalizado e novamente o Livro Psicologia das Multidões foi usado por especialistas para explicar o que ocorreu naquele estado.
ExcluirLe Bon acaba se tornando contemporâneo quando nos leva a pensar sobre o poder que a multidão desempenhou/desempenha na sociedade. O homem pode até ser comportar como célula, mas as ações mais fortes veem no coletivo (organismo colônia). Atos muitas fezes pensados no individual, mas que só vai a frente com o apoio meio que inconsciente da multidão. Conheci Le Bon por uma outra paixão, ele foi um físico amador trouxera contribuições para a física experimental.
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