As letras do Mamba são contadas a partir de vários eu-líricos
feminino cada música tem história diferentes, temos a mulher que fracassou no
relacionamento, a obsessiva, a que superou problemas, a divindade africana, a
deusa romana entre outras que muitas pessoas poderão se identificar com alguma
delas. Eu ouvia o disco e analisava as
letras, algumas analises publiquei aqui no blog.
Eu cheguei a conversar com o Magno algumas vezes sobre
esse disco, a gente trocava impressões e a respeito do álbum. Nessa época eu não pensava ter um blog mas
eis que outubro de 2016 ele se foi e em dezembro do mesmo
ano decidi criar o blog Glorious Weirdo
como uma forma de me ajudar a lidar com o luto. A primeira publicação do blog
foi sobre “Sammliz se reiventa musicalmente ao lançar seu disco Mamba’’.
Em abril de 2017 enviei a resenha para a própria
cantora que gostou e publicou na sua página do Facebook, o resultado foi um grande sucesso e até hoje essa resenha
é a mais lida do blog Glorious Weirdo.
A minha música favorita continua sendo Fucking Lovers,
ela é rica em imagens como “as sete saias girando”, “ morte da estrela nos
olhos dela” e a grande sacada de colocar a frase “por dentro há nós morrendo em
quantos” essa é uma sintaxe que não existe em língua portuguesa mas que foi
utilizada em prol da mensagem da música e eu acredito que por causa da métrica
também. Se a gente for colocar a frase na sintaxe usual teremos “por dentro
(de) nós há quantos morrendo” porém não temos o mesmo efeito poético da frase
usada pela artista nessa canção.
Continuo achando que essa faixa iria render um
excelente videoclipe pois é a melhor faixa do disco na minha opinião.
Outro ponto que também foi abordado no disco foi uma
influência de elementos afro-brasileiros, como em Oya onde Sammliz dá voz a
própria divindade como personagem central da música e em outras faixas do disco
é comum a menção a raios, trovões, tempestades que são elementos da natureza
relacionados com o orixá Oya.
Uma coisa que eu não entendi até agora foi porque a
faixa “Ano novo” é a faixa número 9 e não a última faixa do disco pois eu acho
que ficaria melhor assim, já que a faixa fala de encerramentos de ciclos. Essa
escolha talvez só a própria Sammliz possa me responder pois não acredito que
essa música tenha sido colocada aleatoriamente.
Nada é por acaso nesse disco tudo foi bem elaborado e
faz parte do conceito de explorar o feminino e suas vertentes. Tudo tem um
significado, o nome do disco, a foto de capa, o adereço de cabeça que ela usou
na foto, as cores escolhidas para a foto, os nomes das canções, as letras... tudo
é rico de referências.
Eis que em agosto de 2018 a Sammliz anunciou o fim do ciclo Mamba e agora se dedicará a compor e produzir novas canções, assim como a serpente africana ela "trocará de pele'' e no próximo ano lançará um novo disco, ainda não sei qual será o conceito artístico desse novo trabalho, o que eu sei é que ela tem a capacidade de reinventar e surpreender a todos.
Se você quer saber mais sobre o Mamba leia aqui no blog a resenha e as análises de letras de músicas desse disco.
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